sábado, 31 de janeiro de 2009

Só mais um desabafo.

Cansei de dizer que estou cansada e que viver os extremos já não suporto mais. Oscilar entre a felicidade extrema e o abismo de tristeza, não é mais para mim.
As escolhas possíveis estão entre uma meia vida - um viver simplesmente por estar vivo, e o sofrimento absoluto.
Talvez um dia possa, incluir entre elas, a morte.
Arrancar sem dó ou piedade esse sentimento que me consome, leva-me à loucura, e jogá-lo eternamente a sete palmos do chão. Sem direito a cortejo fúnebre..

sábado, 13 de dezembro de 2008

Amar-te é torturante. A tua inércia, magoa-me.
A saudade, os calafrios, arrepios e tremores que insisto em sentir, enojam-me.
E essa melancolia não só me traz um imenso asco, como desperta uma aversão fatal a mim mesma.
E ao rever tal cena, vejo o quanto sou desprezível.
E não sabendo sair dela, vejo o quanto sou - sentimental e burra.

domingo, 5 de outubro de 2008

Penico

Como minhas amiguinhas são poucas e nem uma delas tem tempo (nem vontade) para ouvir minhas lamurias, faço desse espaço uma latrina onde vomito meus sentimentos, medos, dúvidas e milhares de devaneios. Então, não perca teu tempo, nada tem de interessante aqui.
São apenas tentativas desesperadas de entender e aliviar dores intensas e constantes, são dejetos de uma mulher louca.
Fuja! Tristeza pega!
E insanidade também!

Sobra conteúdo, falta casca.

Ando enojada da vida, das pessoas e, principalmente, dos homens - alguns em especial. Aqueles sensíveis, inteligentes, cultos, despojados, arrojados, particular e atrativamente subversivos - espécies raras!
Enojam-me por serem tão críticos, julgadores de tudo e de todos e, ao mesmo tempo, agirem como apenas mais um hipócrita na terra.
Falo particularmente da discrepância que há entre o que discursam e o que realmente pensam sobre as mulheres. Não é de agora que se elevam dizendo que uma mulher tem de ter conteúdo, cultura, inteligência e, é claro, ser conscientemente politizada (imprescindível!). Relatam não ligarem para estrias e celulites, que uma ruguinha aqui ou ali não faz diferença, as gordurinhas não chamam tanta atenção e que preferem uma moçoila que beba cerveja e coma batata frita àquelas que vivem de alface.
Pena que nada disso seja real, sinto na pele que de nada adianta discutir Chàvez, Kafka, Tolstoi, Lula, Machado, ou malhar o Mago até a exaustão. Não basta ter o canudo, profundidade, vivência, ser um poço de algo mais.
Já muitos olhos brilharem quando abri a boca, marmanjos babarem ao ouvir-me. Mas falta algo, só profundidade não atrai...
A ausência de uma cintura fina, da barriga lisinha, das coxas torneadas, do bundão redondo e de uns centímetros de perna, faz da guria erudita apenas mais uma no espaço.
Percebo que na verdade esses moços raros não passam de fingidores, querem mesmo é desfilar com uma gostosa, e não se importam nem um pouco que ela pense que a Miucha é uma prima da Xuxa, que a Ivete é o máximo da MPB, e que Jabor seja seu ídolo literário. Nada pode ser superior a um belo exemplar feminino de dar inveja em qualquer um. Começo a acreditar no cara que disse "as feias que me desculpem, mas beleza é fundamental", esse estava com toda razão. As belas são para casar, as inteligentes, grandes amigas e companheiras!
É, assim sigo amando e odiando, na mesma intensidade, o guri, perfeitamente encaixado neste grupo que repudio, dono do meu coração, e que me tortura intensamente com suas filosofias.
Pois deixo aqui meu relato pra lá de recalcado, sobra-me conteúdo, falta-me casca - e nada posso fazer para mudar, nem plástica resolve! Mas não deixarei de acreditar que um dia o interior também dará tesão!

segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Voltei!

Retomar a escrita não é nada fácil, ainda mais sendo mulher de poeta!
Não bastasse o brilho do monitor, a posição das letras no teclado, o corretor ortográfico, o dicionário e outros tantos obstáculos que se aliam ao excesso de informações e a escassez de palavras para deixar-me confusa e tentada a desistir, há a passagem pelo crivo do marido escritor.
As críticas sutis e engenhosas, recheadas de elogios, trazem sempre algumas alfinetadas - próprias de quem saber redigir e cruéis de um amado ciumento! Há sempre um sinônimo melhor, uma colocação pronominal diferente, um acento esquecido, tudo espraiado com um arzinho insuportável de superioridade e sem a menor dó!
Tudo bem! Reluto e não me abstenho, mesmo diante de frouxos vocábulos e idéias rasas!

sábado, 10 de fevereiro de 2007

Descarregou, aliviou a sua dor prevalecendo-se da fraqueza e do estado vulnerável de alguém tão frágil e indefeso. Injustiça e crueldade moldadas em gestos e frases desconexas. Sentimentos desordenados ganharam forma e arruinaram a felicidade alcançada com tanto esforço e superação.Onde está teu coração?

segunda-feira, 30 de outubro de 2006

Palavras


Agora, com a razão desarrazoada, os termos vão-se...
Ocultam-se como se tramassem contra os sentimentos que, aflitos, quicam extenuados sem ter para onde ir.
Espero que uma palavra os liberte.
Um dia o jogo inverte-se e voltarei a dominá-las, torná-las-ei escravas de um âmago indócil.
Palavras, muito mais que unidades do léxico.

quarta-feira, 26 de abril de 2006

Sensível quando convém

Estranha-me a sensibilidade exagerada dos poetas, o sofrimento gigantesco que os acomete repentina e repetidamente.
Uma palavra mal colocada, um deslize, uma “cutucada”, é motivo para que se encerrem em seus mundos e lá permaneçam até que nos ajoelhemos e peçamos infinitamente perdão.
Estranha-me pelo fato de serem melindrosos “ao cubo” apenas para o que lhes convêm.
Pasma-me não encontrar tal suscetibilidade quando ferem tão ferozmente aquele que é, muitas vezes, sua inspiração.
Estariam eles, nessas horas, desprovidos de sensibilidade? Ou quem sabe, esquecidos de sua máscara poética?

quinta-feira, 23 de março de 2006

Primeiro rebento

Palavras de meu amado Bionicão:
Boemia
A noite, esta lânguida e indecifrável dama,
solta seus longos cabelos negros e fragrantes, embriagando-me e fazendo deste
incorrigível boêmio o seu mais precioso brinquedo. Por fim, ao cabo de longas e
embriagadas horas, quando já exaurida de folias e devassidão, ata por sobre a
nuca suas madeixas e, num movimento sinuoso de seu talhe, joga-me numa sarjeta
qualquer, aos cuidados abrasivos do dia. Vai-se a divina dama, com promessas
críveis de retorno. Fica o poeta, aguardando apreensivo a volta de sua musa
inspiradora.

Palavras de tua amada Guria:

O tênue laço que os alia, por vezes, figura desatar-se.
A lânguida, indecifrável e divina dama distende-se para crer
que, tais versos, não passam de devaneios de seu poeta. Oscila entre júbilo e
melancolia no ensaio malogrado de desvendar seus termos.
Teme que as longas e embriagadas horas confinem-se a folias e
devassidão, que seu poeta não recorde de que sua musa primazia afeto, carinho,
cumplicidade e que portou consigo tais valores quando confiou-se sólida a ti,
boêmio.

Este é meu primeiro rebento - no estilo Bionicão, ao qual me dediquei por duas horas e meia, acompanhada de um pequeno Aurélio (que uso desde a quinta série!), para encontrar as melhores palavras. Trabalho difícil para quem está começando a traçar suas primeiras linhas. Acho que ficou bom. Ele acha que foi copiado.

domingo, 5 de março de 2006

Moça das pulseiras

Muitas vezes gostaria de ser a moça das pulseiras, sentar-me ao teu lado como mera espectadora de discussões ideológicas, companheira de copo e alvo de desejos. Moça de vida difícil, ou talvez fácil, que tanto desperta-te curiosidade e fascínio. Invejo-a.
A guria aqui é inteligente, estudou, discute, argumenta, comenta sobre os livros que já lemos, as músicas que escutamos, as poesias que fizeste. Recatada, educada, guria de família! Jamais seria uma moça das pulseiras, embora muitas vezes quisesse sê-la, embora em alguns momentos aspirasse vestir tais pulseiras, despir-me de todo esse traje perfeitinho e, quem sabe, despertar-te algum desejo.
De que adianta o requinte, se é o cru que o encanta.

domingo, 19 de fevereiro de 2006

A tristeza, que era para ser visita, resolveu hospedar-se definitivamente em meu coração. Dúvidas cruéis assombram-me. Fantasmas passam a ser reais e o que não desejo ver aparece claramente diante dos meus olhos. Fecho-os para não assistir ao desfecho final. Sofro. As lágrimas são corrosivas. O tempo não é solução. A distância nos separa, a proximidade também. E isso dói... desmancha-me, deixa-me em pedaços que insisto em juntar, unir, vincular novamente e levantar.
Sigo na busca sofrida e incansável do amor.

quarta-feira, 4 de maio de 2005

Minha guria

O chão abriu-se diante de mim. Perdi os sentidos. Durante alguns segundos vi minha vida passar como um filme...
De repente, olho para o lado e vejo meu bebê quase sem forças, branca como uma nuvem, parecia despedir-se... Colei meu rosto ao dela e disse:
- Minha filha, tenha forças, luta que tudo vai passar... mas se teu anjinho chamar, segue com ele, muitos amigo estarão te esperando, não tenha medo que a mamãe sempre estará contigo.
Os alarmes dispararam, médicos, enfermeiros e muitos equipamentos encheram a sala, não consegui acreditar no que estava acontecendo.
Passou.

terça-feira, 8 de março de 2005

Hieróglifo

Decifra-me ou te devoro.
Devora-me. Decifrar-me, jamais!
Devorando-me, decifrar-te-ei.
Decifrando-te, decifrar-me-ei.
Decifra-te e me decifrarás.
Devorai-vos.