domingo, 5 de outubro de 2008

Sobra conteúdo, falta casca.

Ando enojada da vida, das pessoas e, principalmente, dos homens - alguns em especial. Aqueles sensíveis, inteligentes, cultos, despojados, arrojados, particular e atrativamente subversivos - espécies raras!
Enojam-me por serem tão críticos, julgadores de tudo e de todos e, ao mesmo tempo, agirem como apenas mais um hipócrita na terra.
Falo particularmente da discrepância que há entre o que discursam e o que realmente pensam sobre as mulheres. Não é de agora que se elevam dizendo que uma mulher tem de ter conteúdo, cultura, inteligência e, é claro, ser conscientemente politizada (imprescindível!). Relatam não ligarem para estrias e celulites, que uma ruguinha aqui ou ali não faz diferença, as gordurinhas não chamam tanta atenção e que preferem uma moçoila que beba cerveja e coma batata frita àquelas que vivem de alface.
Pena que nada disso seja real, sinto na pele que de nada adianta discutir Chàvez, Kafka, Tolstoi, Lula, Machado, ou malhar o Mago até a exaustão. Não basta ter o canudo, profundidade, vivência, ser um poço de algo mais.
Já muitos olhos brilharem quando abri a boca, marmanjos babarem ao ouvir-me. Mas falta algo, só profundidade não atrai...
A ausência de uma cintura fina, da barriga lisinha, das coxas torneadas, do bundão redondo e de uns centímetros de perna, faz da guria erudita apenas mais uma no espaço.
Percebo que na verdade esses moços raros não passam de fingidores, querem mesmo é desfilar com uma gostosa, e não se importam nem um pouco que ela pense que a Miucha é uma prima da Xuxa, que a Ivete é o máximo da MPB, e que Jabor seja seu ídolo literário. Nada pode ser superior a um belo exemplar feminino de dar inveja em qualquer um. Começo a acreditar no cara que disse "as feias que me desculpem, mas beleza é fundamental", esse estava com toda razão. As belas são para casar, as inteligentes, grandes amigas e companheiras!
É, assim sigo amando e odiando, na mesma intensidade, o guri, perfeitamente encaixado neste grupo que repudio, dono do meu coração, e que me tortura intensamente com suas filosofias.
Pois deixo aqui meu relato pra lá de recalcado, sobra-me conteúdo, falta-me casca - e nada posso fazer para mudar, nem plástica resolve! Mas não deixarei de acreditar que um dia o interior também dará tesão!

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