quinta-feira, 23 de março de 2006

Primeiro rebento

Palavras de meu amado Bionicão:
Boemia
A noite, esta lânguida e indecifrável dama,
solta seus longos cabelos negros e fragrantes, embriagando-me e fazendo deste
incorrigível boêmio o seu mais precioso brinquedo. Por fim, ao cabo de longas e
embriagadas horas, quando já exaurida de folias e devassidão, ata por sobre a
nuca suas madeixas e, num movimento sinuoso de seu talhe, joga-me numa sarjeta
qualquer, aos cuidados abrasivos do dia. Vai-se a divina dama, com promessas
críveis de retorno. Fica o poeta, aguardando apreensivo a volta de sua musa
inspiradora.

Palavras de tua amada Guria:

O tênue laço que os alia, por vezes, figura desatar-se.
A lânguida, indecifrável e divina dama distende-se para crer
que, tais versos, não passam de devaneios de seu poeta. Oscila entre júbilo e
melancolia no ensaio malogrado de desvendar seus termos.
Teme que as longas e embriagadas horas confinem-se a folias e
devassidão, que seu poeta não recorde de que sua musa primazia afeto, carinho,
cumplicidade e que portou consigo tais valores quando confiou-se sólida a ti,
boêmio.

Este é meu primeiro rebento - no estilo Bionicão, ao qual me dediquei por duas horas e meia, acompanhada de um pequeno Aurélio (que uso desde a quinta série!), para encontrar as melhores palavras. Trabalho difícil para quem está começando a traçar suas primeiras linhas. Acho que ficou bom. Ele acha que foi copiado.

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