quarta-feira, 26 de abril de 2006

Sensível quando convém

Estranha-me a sensibilidade exagerada dos poetas, o sofrimento gigantesco que os acomete repentina e repetidamente.
Uma palavra mal colocada, um deslize, uma “cutucada”, é motivo para que se encerrem em seus mundos e lá permaneçam até que nos ajoelhemos e peçamos infinitamente perdão.
Estranha-me pelo fato de serem melindrosos “ao cubo” apenas para o que lhes convêm.
Pasma-me não encontrar tal suscetibilidade quando ferem tão ferozmente aquele que é, muitas vezes, sua inspiração.
Estariam eles, nessas horas, desprovidos de sensibilidade? Ou quem sabe, esquecidos de sua máscara poética?

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